Fidel Castro Smirnov, os prefeitos Gutinho e Canelinha, Quaquá, Paes, Neguinho e Schleder |
Recanto deslumbrante da Serra Fluminense, o Vale dos Desejos, em Areal, foi cenário, neste sábado, 13, da festa de casamento do vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, com a empresária Gabriela Siqueira. Entre videiras e sob sol abrasador, o casal foi abençoado pelo padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, em cerimônia para cerca de 300 convidados.
O propósito era apenas comemorar, entre amigos, a união do casal — a quarta de uma anunciada lista de 13 celebrações previstas. Mas o ato social enveredou inexoravelmente para a resenha política. Os convidados fizeram da festa um descontraído encontro para confabulações visando às eleições de 2026.
Acompanhado da primeira-dama Cristine, o prefeito Eduardo Paes foi o centro das atenções. Reverenciado como futuro governador pelos convivas, distribuiu abraços e afagos a todos que o abordavam. Alongou-se numa prosa sobre o potencial econômico da região, hoje um viçoso “terroir” da viticultura fluminense, com os prefeitos Gutinho Bernardes (Areal) e Canelinha (Paraíba do Sul) — ambos da base de Cláudio Castro. A quem registrava com fotos a resenha, galhofeiro, Paes advertia: “Cuidado, eles vão perder verbas estaduais”.
Se antes os prefeitos eram comedidos na exposição pública ao lado do provável candidato do PSD, agora — sem qualquer nome competitivo na centro-direita — mostraram-se mais à vontade. Gutinho e Canelinha posaram para fotos e traçaram planos para o desenvolvimento da região em um provável futuro sob o comando de Paes.
A festa teve um perfil amplo, a exemplo da natureza política do anfitrião. Reuniu petistas — como o secretário de Habitação do Rio, Adilson Pires, o vereador Felipe Pires e o deputado Renato Machado — e aliados de Paes, como o secretário de Esportes, Guilherme Schleder. Circulava entre os grupos Fidel Antonio Castro Smirnov, neto do comandante Fidel Castro.
Nesse caldo ideológico improvável, surgiram ideias e revelações. Neguinho da Beija-Flor definitivamente não será candidato ao Senado, o que unifica o PT em torno da candidatura de Benedita da Silva. Quaquá vai anunciar o apoio à correligionária, não sem antes indicar, provavelmente, o vereador Felipe Pires para a suplência.
“Eu coloquei o meu nome e acho que é uma oportunidade para unificar o PT na disputa pela vaga ao Senado”, admitiu Felipe entre amigos.
Com o atraso habitual de noivas zelosas nos preparativos, Gabi chegou a bordo de um Karmann Ghia branco conversível. No altar, emocionou-se ao relembrar as dificuldades e vitórias obtidas neste ano, entre elas a superação de um câncer. Houve lágrimas e, depois, alegria e afeto em sorrisos e abraços carregados de emoção.
O funk melody dos anos 90 de Buchecha deu o tom de uma noite que pode ser resumida na contagiante estrofe : “Só love, só love”.